quinta-feira, 21 de outubro de 2010

AFINAL, O QUE SÃO, EXATAMENTE, HISTÓRIAS EM QUADRINHOS?

A maioria das pessoas não tem uma definição de maneira clara, em um primeiro momento, do que sejam histórias em quadrinhos.

De maneira simplificada, pode-se definir uma história em quadrinhos como um conjunto de imagens seqüenciadas que podem estar associadas a palavras, para narrar histórias, transmitir ideias e, como último recurso, produzir uma resposta no seu leitor.

Isto posto, entra-se involuntariamente na questão do que pode ou não ser rotulado como histórias em quadrinhos.

Segundo Paulo Ramos em “A leitura dos quadrinhos”, podemos identificar algumas características nas histórias em quadrinhos. Entre elas:
“- predomina nas histórias em quadrinhos a sequência ou tipo textual narrativo;
- as histórias podem ter personagens fixos ou não;
- a narrativa pode ocorrer em um ou mais quadrinhos, conforme o formato do gênero;
...
- a tendência nos quadrinhos é a de uso de imagens desenhadas, mas ocorrem casos de utilização de fotografias para compor as histórias”.

Se formos rotular os quadrinhos como um grande aglomerado de diversos gêneros de expressão que agregam imagens e texto ou palavras, então devemos fazer uma ressalva seguindo a própria definição do que sejam histórias em quadrinhos, deixando de lado as charges e os cartuns.

Particularmente, retiro as charges e os cartuns como exemplos de quadrinhos, pois sigo o raciocínio de Scott McCloud em seu livro “Desvendando os quadrinhos”, pois ele considera que cartuns e charges podem ser “classificados como arte em quadrinhos, porque parte de seu vocabulário visual vem dos quadrinhos...”, e talvez sejam a base daquilo que consideramos como histórias em quadrinhos.

Pode-se acrescentar que as charges e cartuns sintetizam várias sequências em uma estrutura mínima de narrativa, ou seja, em um único quadro, o que deixa de ser uma sequência de imagens.

É claro que esta definição pode vir a ser questionada, visto que há poucos estudos sobre o que sejam realmente histórias em quadrinhos.

Então, segundo esta visão podem ser classificadas como histórias em quadrinhos as tiras cômicas, as tiras seriadas, as tiras cômicas seriadas e as revistas em quadrinhos, propriamente ditas, que podem ser a reunião de várias tiras seriadas reunidas em uma publicação, para que o leitor tenha uma ideia da história como um todo, ou uma história que pode ou não ter um fim na mesma edição, como ocorrem com as revistas de super-heróis publicadas, mangas e, em um caso particular no Brasil, das histórias da Turma da Mônica Jovem, de Maurício de Souza, que nem sempre têm histórias fechadas em uma única edição. (continua)